Foi pior do que eu pensava que seria. Bem pior!
Pra mim parecia que ia ser fácil, passei um mês me acostumando com aquela ideia, na minha cabeça já estava tudo decidido.
Mas não poderia ser simples, se fosse, é porque ia continuar onde estava. Precisava de um ponto final, EU precisava de um ponto final, eu precisava por esse ponto final.
Nunca me dei bem com coisas mal resolvidas, afinal, são mal resolvidas. Nunca me dei bem com liberdade demais, nunca tive muitos limites, sempre precisei de alguem pra me impor limites.
Liberdade em excesso e muitas coisas não resolvidas me transformaram numa pessoa estranha muito diferente e totalmente desapegada às coisas, às pessoas. Um confuso que só sabia o que era sentimento.
Isso eu sabia e sei até hoje. E foi por causa deles, desses sentimentos que ficaram guardados por longos meses, que não foi fácil.
Mesmo depois de sucetivas sessões de realide e atividades constantes de esquecimentos, os sentimentos continuavam lá, só tinham se mudado pra algum lugar que eu não sabia. Como tesouro que se enterra mas perde-se o mapa.
E ela veio pra me ajudar a achar. Ela já sabia onde estava, mas foi uma busca complicada. Entre perdas e descobertas, encontramos um caminho. Um caminho que se ramifica pra duas direções diferentes.
Foi bem mais dificil do que eu imaginava. Continuar no meu caminho e ver ela ter que seguir outro foi dolorido. Falar pra ela que aquele caminho a seguir era o único, foi dolorido. Dizer que ela teria que esquecer o caminho de volta e nunca mais olhar pra tras, foi dolorido. Mas o pior de tudo foi me deparar sozinho, naquele mesmo caminho que sempre segui, agora com muito menos limites e com as coisas resolvidas, mas com a impressão de que nunca terei uma companhia tão boa quanto aquela que tinha acabado de me despedir.
Pra sempre.
Ou não.
Ninguém sabe as curvas que os caminhos fazem.
Setembro/2009
quinta-feira, outubro 01, 2009
terça-feira, setembro 08, 2009
Coisas que só você sabe
Nesse momento eu preciso de você, preciso que você me ajude a contornar as dificuldades. Nunca soube que precisaria tanto de você. Deve ser uma fase da vida, eu sei que o certo é que você nem passe perto de mim, mas eu também sei que você é necessária.
Você vicia! Daquelas drogas que são legais e vão ficando mais legais ainda.
Moderação, preciso de moderação. Tenho que mentir pra mim mesmo que você existe. E aí que é o problema. Na hora que eu me esquecer de você, é quando as coisas vão estar no pior lugar.
To esperando o momento certo pra te largar. Os momentos certos, porque você não vai embora assim de repente e nem posso deixar que os outros saibam que você esteve comigo.
Eu preferia a sua amiga, mas ela não pode saber disso. O problema é que ninguém gostava dela, já de você, todo mundo abusa, mas odeia.
Safada, vagabunda! É isso que você é. E o pior é que eu to no estágio da vida que quero as coisas fáceis. Então vem, vem. Vou torcer pra que você não foda a minha vida, continua desse jeito que a gente ta se dando bem. Depois cada um vai pro seu canto, daí a gente se encontra, depois se larga.. e vai vivendo assim.
O problema é que eu to ficando cada vez pior em relação a despedidas.
Você vicia! Daquelas drogas que são legais e vão ficando mais legais ainda.
Moderação, preciso de moderação. Tenho que mentir pra mim mesmo que você existe. E aí que é o problema. Na hora que eu me esquecer de você, é quando as coisas vão estar no pior lugar.
To esperando o momento certo pra te largar. Os momentos certos, porque você não vai embora assim de repente e nem posso deixar que os outros saibam que você esteve comigo.
Eu preferia a sua amiga, mas ela não pode saber disso. O problema é que ninguém gostava dela, já de você, todo mundo abusa, mas odeia.
Safada, vagabunda! É isso que você é. E o pior é que eu to no estágio da vida que quero as coisas fáceis. Então vem, vem. Vou torcer pra que você não foda a minha vida, continua desse jeito que a gente ta se dando bem. Depois cada um vai pro seu canto, daí a gente se encontra, depois se larga.. e vai vivendo assim.
O problema é que eu to ficando cada vez pior em relação a despedidas.
quarta-feira, agosto 19, 2009
SP-Rio-SP
Começou de um jeito e terminaria de outro completamente diferente. Começou com um prpósito e terminou com uma dedução. De tantos planos, acertos, combinações, acabou do jeito mais inesperado: aqui, no salão de embarque de um aeroporto, num voo de última hora, com trânsito e corridas no aeropoto.
Nada mais inesperado para um cara cheio de planos.
Agora o embarque foi chamado, esse texto provavelmente nao vai ser completado. Então fica na memória dos que me acompanharam na viagem mais louca que ja fui, na memória dos que viveram e se estressaram sem mim, na memória das pessoas que nunca me conheceram, mas viram as pessoas que estavam comigo fazendo os melhores momentos da viagem pra mim, fica na memória dos que puderam participar e não participaram, fica na minha memória, que fica cada vez pior com o tempo. Devido a viagens como essas. Tchau!
Nada mais inesperado para um cara cheio de planos.
Agora o embarque foi chamado, esse texto provavelmente nao vai ser completado. Então fica na memória dos que me acompanharam na viagem mais louca que ja fui, na memória dos que viveram e se estressaram sem mim, na memória das pessoas que nunca me conheceram, mas viram as pessoas que estavam comigo fazendo os melhores momentos da viagem pra mim, fica na memória dos que puderam participar e não participaram, fica na minha memória, que fica cada vez pior com o tempo. Devido a viagens como essas. Tchau!
segunda-feira, julho 20, 2009
Enganar a perfeição
O que a consolava era que o mundo tinha mais de 6 bilhões de habitantes. Pensava, tentava se convencer, que era impossível não existir alguém no mínimo parecido e - por não? - melhor. Ele tinha muitos defeitos dos quais ela já estava cansada, ele tinha manias que ela detestava, tinha princípios dos quais ela discordava completamente e ele sempre apertava a pasta de dente no meio. Lógico que existiriam homens muito melhores que aqueles, até mais bonitos, mais ricos, mais pacientes e menos chatos.
Mas ela também pensava que tinha ganho na loteria. Num mundo com tanta gente como ela pode achar um que amasse tanto e que tanto amor fosse recíproco, por mais que ela duvidasse. Como o tio dela dizia, sorte não se tem duas vezes, não é qualquer um que ganha o bilhete premiado repetidamente. Tem uns que jogam a vida inteira, arriscam, ganham prêmios menores e se contentam com isso, ou os que ganham o suficiente e logo gastam... Esse negócio de sorte é complicado. Por isso que ela não pensava muito em sorte, mas também já estava cansada de sair pela vida pra procurar um outro destino.
Tudo bem que o mundo da umas rasteiras de vez em quando, as vezes o melhor não é o perfeito. Ela sabia muito bem disso. As vezes o melhor é perfeito exatamente por não ser perfeito. Ela sabia muuuuito bem disso. Mas aquilo não tinha sido uma rasteira, foi um nocaute, um golpe baixo, uma imobilização que a deixou sem ar, sem forças e sem chão.
Ta, tudo bem, ainda existem as 6 bilhões de pessoas, tenho a mente livre e não tenho problemas com sexo e idade, to no lucro. Ainda tem a margem de erro da perfeição, to bem. Pensava. Se enganava.
Ta aí uma coisa que ajudava nessas horas, a capacidade de se enganar. Ela sempre sabia muito bem onde pisava, mas dependendo da necessidade, se enganava de maneiras diferentes. Se sabia que tudo ia dar certo, se engava dizendo que ia faltar tempo e corria. No final, dava certo.
Mas agora ela sabia que não ia dar, mas se enganava, jurava que todos os pensamentos que tinha eram simples e óbvios e que eram impossíveis de darem errado. No final, dava errado. Ela já sabia, mas adiava a dor.
E agora ela vive adiando, se enganando, fazendo o que sabe fazer melhor. As 6 bilhões ainda estão aí. Ela também. Ele ta lá, ela aqui.
Só tinha uma coisa que não deixava aquele casal ser perfeito: tamanha perfeição.
Mas ela também pensava que tinha ganho na loteria. Num mundo com tanta gente como ela pode achar um que amasse tanto e que tanto amor fosse recíproco, por mais que ela duvidasse. Como o tio dela dizia, sorte não se tem duas vezes, não é qualquer um que ganha o bilhete premiado repetidamente. Tem uns que jogam a vida inteira, arriscam, ganham prêmios menores e se contentam com isso, ou os que ganham o suficiente e logo gastam... Esse negócio de sorte é complicado. Por isso que ela não pensava muito em sorte, mas também já estava cansada de sair pela vida pra procurar um outro destino.
Tudo bem que o mundo da umas rasteiras de vez em quando, as vezes o melhor não é o perfeito. Ela sabia muito bem disso. As vezes o melhor é perfeito exatamente por não ser perfeito. Ela sabia muuuuito bem disso. Mas aquilo não tinha sido uma rasteira, foi um nocaute, um golpe baixo, uma imobilização que a deixou sem ar, sem forças e sem chão.
Ta, tudo bem, ainda existem as 6 bilhões de pessoas, tenho a mente livre e não tenho problemas com sexo e idade, to no lucro. Ainda tem a margem de erro da perfeição, to bem. Pensava. Se enganava.
Ta aí uma coisa que ajudava nessas horas, a capacidade de se enganar. Ela sempre sabia muito bem onde pisava, mas dependendo da necessidade, se enganava de maneiras diferentes. Se sabia que tudo ia dar certo, se engava dizendo que ia faltar tempo e corria. No final, dava certo.
Mas agora ela sabia que não ia dar, mas se enganava, jurava que todos os pensamentos que tinha eram simples e óbvios e que eram impossíveis de darem errado. No final, dava errado. Ela já sabia, mas adiava a dor.
E agora ela vive adiando, se enganando, fazendo o que sabe fazer melhor. As 6 bilhões ainda estão aí. Ela também. Ele ta lá, ela aqui.
Só tinha uma coisa que não deixava aquele casal ser perfeito: tamanha perfeição.
sexta-feira, julho 17, 2009
Tudo o que o português consegue descrever
Confuso, tonto, desnorteado, bêbado, drogado, sem noção, louco, insano, sem rumo, desordenado, caótico, desconexo, indefinido, indistinto, obscuro, complicado, embaralhado, intrincado, entrelaçado, inseguro, hesitante, toldado, simplório, ingênuo, maluco, doido, tolo, demente, intoxicado, embriagado, borracho, atordoado, estonteado, zonzo, atarantado, dopado, anormal, doido, inconvicto, tresloucado, incompreensível, irracional, imprudente, sem direção, inseguro, desorientado, desvairado, desarrumado.
quarta-feira, julho 15, 2009
Ensaio sobre a miopia
Uma miopia rara, um jeito diferente de ver o mundo. Pra ela não exitem óculos, lentes ou cirurgias que curem ou melhorem, a cura vem com o tempo. Ou não. Não dói, não machuca e nem faz a pessoa pior ou melhor, apenas distorce tudo. E mais um pouco.
Um olho que não enxerga apenas imagens, mas toca, pensa, faz e não faz. É causada pelo meio, pelas companhias, pelos vícios, pela família... Vem no DNA.
A simples distancia entre a imagem e o seu reflexo numa retina completamente afetada pelos males externos faz com que a doença seja grave.
Naquela moldura clara e simples, pode não ser só aquilo que se ver, no meio do caminho tem muito mais, muito menos ou nada. Ou tudo.
O jeito como são feitas, ditas, escutadas, sentidas, imaginadas, muda toda a percepção do fato.
Mas nem sempre um desfoque deixa uma foto feia. Ou bonita.
Um olho que não enxerga apenas imagens, mas toca, pensa, faz e não faz. É causada pelo meio, pelas companhias, pelos vícios, pela família... Vem no DNA.
A simples distancia entre a imagem e o seu reflexo numa retina completamente afetada pelos males externos faz com que a doença seja grave.
Naquela moldura clara e simples, pode não ser só aquilo que se ver, no meio do caminho tem muito mais, muito menos ou nada. Ou tudo.
O jeito como são feitas, ditas, escutadas, sentidas, imaginadas, muda toda a percepção do fato.
Mas nem sempre um desfoque deixa uma foto feia. Ou bonita.
sexta-feira, junho 19, 2009
Tempo e espaço
O homem mais hipócrita que eu conheço é aquele que é bagunçado, mas gosta das coisas certas, faz tudo errado, mas tem princípios dignos, mata, mas ama, machuca, mas consola, come, mas não engorda, bebe, mas não fica bêbado, ri, mas também chora, é apressado, mas faz tudo devagar, é perfeccionista, mas vive errando.
O cara mais incoerente que eu conheço é aquele que lê, mas não escreve, é aquele que não lê, mas escreve, é aquele que fala, e escreve, é aquele que pensa, mas não escreve, mas não age.
O cara mais hipócrita e incoerente que eu conheço é aquele que pensa, que exige, que ta certo, que é digno, que cria, que faz, que tem, que não tem, que ri e chora, que tem seu tempo.
Esse não cabe em mim.
O cara mais incoerente que eu conheço é aquele que lê, mas não escreve, é aquele que não lê, mas escreve, é aquele que fala, e escreve, é aquele que pensa, mas não escreve, mas não age.
O cara mais hipócrita e incoerente que eu conheço é aquele que pensa, que exige, que ta certo, que é digno, que cria, que faz, que tem, que não tem, que ri e chora, que tem seu tempo.
Esse não cabe em mim.
terça-feira, junho 09, 2009
Tenho que adimitir
Você me pega de um jeito que eu quero, mas gosto sempre da surpresa. Gosto da luxúria de ter que pagar pra você me fazer feliz. Ou triste, não interessa. O que eu gosto em você é essa sua safadeza, esse seu jeito de me dar prazer me colocando pra cima ou me jogando na mais suja vala. Gosto do jeito que você aceita meus amigos, gosto da sua compreensão e o jeito que você faz eu pensar que me conheço, gosto do gosto que você deixa na minha boca. Você me deixa louco! Me faz ter as vontades que eu nunca teria com ninguém, me faz sentir as coisas à flor da pele, me faz viver sem ter medo - mesmo que seja naquele curto espaço de tempo.
Por incrível que pareça, adoro dormir na sua companhia e acordar e ver que você já foi. Nunca entendi como. É duro aceitar que minhas noites nunca são completas quando você não está, penso em você a semana inteira.
Obrigado pelos nossos amigos, que hoje são meus graças a você. Obrigado por todas as noites de prazer, obrigado por todas as noites de angústia que me fazem refletir no outro dia, quando você não está.
Confesso que já tentei te largar, mas é mais forte que eu. Meus pais te odeiam, o mundo não quer que nós fiquemos juntos. Com você eu vou aonde tiver que ir e nunca vou ficar sozinho.
Queria que você soubesse que agora estou pensando em você.
Por incrível que pareça, adoro dormir na sua companhia e acordar e ver que você já foi. Nunca entendi como. É duro aceitar que minhas noites nunca são completas quando você não está, penso em você a semana inteira.
Obrigado pelos nossos amigos, que hoje são meus graças a você. Obrigado por todas as noites de prazer, obrigado por todas as noites de angústia que me fazem refletir no outro dia, quando você não está.
Confesso que já tentei te largar, mas é mais forte que eu. Meus pais te odeiam, o mundo não quer que nós fiquemos juntos. Com você eu vou aonde tiver que ir e nunca vou ficar sozinho.
Queria que você soubesse que agora estou pensando em você.
segunda-feira, maio 25, 2009
A dieta de Late Bitch
Acordo meia hora atrasado e o primeiro sentimento é aquele de "eu poderia ter voltado mais cedo". Além da meia hora perdida no sono, ganho uma dia de preguiça, mas com muita vontade corro pro banheiro.
Engraçado que quando eu perco meia hora, fico tentando ganhar segundos. Menos tempo enxaguando a cabeça, hoje eu não passo sabonete nas pernas, não seco tanto o cabelo, a escovação pode ser menos higiênica, a meia eu coloco no semáforo, do trânsito eu tento desviar e com quem está em tempo, eu me aborreço.
De qualquer forma, chego atrasado. Atrasado, com cara de sono, ofegante, aborrecido e desmoralizado pelos outros que me esperam. Tudo bem, todo mundo se atrasa, mas hoje eles fingiram que chegaram cedo.
Além de ter poucas horas de sono devido ao péssimo vício que eu tenho em ter vícios, exijo do meu corpo muito mais que ele gostaria de me oferecer naquela hora. Tento recuperar aquela meia hora durante o dia, naqueles poucos segundos. Corro da xerox pro computador, do computador pro bebedouro, do bebedouro pro banheiro e saindo do banheiro corro por um caminho alternativo para não passar na frente da sala do chefe.
Um dia cheio de correrias e corridinhas. Meu corpo já nem fala comigo, ta no piloto automático, cansou de papo, só conversa comigo amanhã, ao amanhecer de uma dia mais corrido, com dores musculares, que me prendem mais meia hora na cama, pois demorei meia hora a mais pra terminar o projeto, cheguei meia hora atrasado na pós, voltei pra casa meia hora atrasado e fui dormir meia hora depois do normal. Era terça-feira.
A quarta-feira me espera e acordo meia hora atrasado. É assim que eu malho.
Engraçado que quando eu perco meia hora, fico tentando ganhar segundos. Menos tempo enxaguando a cabeça, hoje eu não passo sabonete nas pernas, não seco tanto o cabelo, a escovação pode ser menos higiênica, a meia eu coloco no semáforo, do trânsito eu tento desviar e com quem está em tempo, eu me aborreço.
De qualquer forma, chego atrasado. Atrasado, com cara de sono, ofegante, aborrecido e desmoralizado pelos outros que me esperam. Tudo bem, todo mundo se atrasa, mas hoje eles fingiram que chegaram cedo.
Além de ter poucas horas de sono devido ao péssimo vício que eu tenho em ter vícios, exijo do meu corpo muito mais que ele gostaria de me oferecer naquela hora. Tento recuperar aquela meia hora durante o dia, naqueles poucos segundos. Corro da xerox pro computador, do computador pro bebedouro, do bebedouro pro banheiro e saindo do banheiro corro por um caminho alternativo para não passar na frente da sala do chefe.
Um dia cheio de correrias e corridinhas. Meu corpo já nem fala comigo, ta no piloto automático, cansou de papo, só conversa comigo amanhã, ao amanhecer de uma dia mais corrido, com dores musculares, que me prendem mais meia hora na cama, pois demorei meia hora a mais pra terminar o projeto, cheguei meia hora atrasado na pós, voltei pra casa meia hora atrasado e fui dormir meia hora depois do normal. Era terça-feira.
A quarta-feira me espera e acordo meia hora atrasado. É assim que eu malho.
sexta-feira, maio 01, 2009
O melhor pior que tinha que acontecer
O maior motivo pra eu acreditar tanto que a vida é cíclica, é, no mínimo, pela quantidade de vezes que já escrevi sobre isso aqui. E se pesquisar direito, com certeza se acha uma frequência, intervalos de tempo e temas entre esses textos que conectem entre si.
De novo, to no período que eu tinha que estar. Acontece. Sobe, desce, ganha, perde, sobe, desce, ganha, ganha, perde, perde, ganha, perde... É assim, tudo que sobe desce.
De certezas em certezas, eu vou criando as minhas raízes. É como se a matemática explicasse. Mas ai já to viajando demais e não vou conseguir explicar aqui sem desenhar um gráfico. Então é isso, to melhorando. Depois de ter piorado.
Depois pioro de novo pra poder melhorar mais ainda.
De novo, to no período que eu tinha que estar. Acontece. Sobe, desce, ganha, perde, sobe, desce, ganha, ganha, perde, perde, ganha, perde... É assim, tudo que sobe desce.
De certezas em certezas, eu vou criando as minhas raízes. É como se a matemática explicasse. Mas ai já to viajando demais e não vou conseguir explicar aqui sem desenhar um gráfico. Então é isso, to melhorando. Depois de ter piorado.
Depois pioro de novo pra poder melhorar mais ainda.
segunda-feira, março 23, 2009
O ano de nossas vidas
Quando tava no aeroporto, na sexta-feira, peguei o meu papel de embarque e comecei a escrever o que seria um suposto diário de uma viagem de fim-de-semana. Ele começava dizendo a hora, a temperatura e tinha um paragrafo resumindo um pouquinho da situação que eu me encontrava naquele momento.
Mas tudo começou antes de escrever naquele papelzinho. Naquele mesmo papelzinho - que eu acho que joguei fora - eu comentava que era engraçado parar, pensar e me ver naquela situação. Desde a insignificância que aquele show tinha pra mim logo quando foi anunciado, a cogitação de viajar no meio do semestre, passando por uma "solterisse" que me possibilitou tal liberdade, confirmação dos amigos, um bom histórico sendo construído em casa... Enfim, foram vários fatores que me levaram a estar onde eu estava e me preparar para o que eu imaginava o que me esperava.
A sexta-feira começou tensa e cheia de expectativas. Um dia longo de trabalho assim como qualquer sexta exige. Depois uma prova de matemática 02, algo que eu estava preparado mesmo não tendo estudado. Perdia a noite de sexta em São Paulo devido aquela prova. Mas o fato de saber que depois dela eu realmente viajaria me deixou mais calmo pra faze-la com tranquilidade.
Antes da prova, esperando a mesma começar, ao invés de estudar, resolvi ler a Piauí do Adriano. Lá tinha o diário de uma moça que viajara pra Rússia. Ela era bem sucinta. E os parágrafos dela (que não passavam de 7 linhas) me empolgaram. E de lá veio a idéia não concretizada de escrever um diário no meu papel de embarque.
A prova foi boa. Não deu tempo de fazer tudo, era uma prova grande e por não ter estudado, não tinha tudo fresquinho na cabeça.
Deixo o dricow na casa de um amigo, termino de arrumar a mala, tomo banho, fico na dúvida de levar o computador ou economizar no peso da mochila, já que essa era a minha única bagagem.
Optei por deixar a tecnologia que sabia que seria inutil e fútil e resolvi levar o livro, que a Lili me emprestou há muito tempo, pra ver se me distraia mais. Por isso escrevi no papel de embarque, não num documento do word.
Chego no aeroporto, compro desodorante, o chek-in é bem rápido, não tem despacho de bagagem. Tomo uma Devassa Ruiva e vou pra sala de embarque. Já tem bastante gente lá. Sem querer, sento ao lado da Luiza, que está dormindo no colo de quem eu presumo que seja seu namorado. É a primeira pessoa de Belém que eu encontro. Enfim, mesmo sendo ainda em Belém, já dava pra ter aquela noção da invasão paraense.
Compro um chiclete e volto pras proximidades do meu gate. Vejo a Mirian correndo pro outro lado da sala de embarque. Vejo o Ivan, ele vem falar comigo.
É bem engraçado, dois anos depois, ir de novo pra São Paulo no mesmo voo que o Ivan.
Pena que dessa vez não foi combinado.
Entro no avião, que já vem um tanto cheio de Macapá. Sento na ultima fileira. Meu maior erro! Lá tem uma moça que eu creio que vinha de Macapá. Parecia que viajava de avião pela primeira vez, mas não queria que ninguém notasse.
Ela dormiu. Eu não. Tentei ler O Limite do Branco, mas a impaciência era enorme. Durmo, acordo, fecho os olhos, abro, mexo, mudo de posição, vem a comida, como, me mexo, cochilo, chegamos em Brasília.
Sai gente, entra gente, eu na esperança de que sobre um lugar legal na janela que possa reclinar a poltrona.
Nada.
Volto pra minha tortura.
Chegando em São Paulo encontro com o Brunno, virado de uma noite no Vegas, que parecia ter sido muito boa e que eu tinha perdido. Ele esperava a Mirian.
Espero o Heitor me buscar. Isso não soa engraçado no meio de tantas coisas engraçadas nessa viagem. Heitor é certeza. É o fato que onde ele puder me pegar no aeroporto em qualquer lugar do mundo, ele vai pegar. E a recíproca é totalmente verdadeira.
Depois do Heitor se perder um pouco, ele chega, vamos tocar café lá pelas redondezas da Paulista. Conversamos, falamos do passado, presente e futuro. Bem rápido, não precisamos de muitas palavras. É aniversário da Carol e ele tem que busca-la pra ir pra São José dos Campos. Foi uma despedida igual as outras, como se nós fossemos nos ver hoje, ou sair pra beber na próxima sexta.
Acompanhando o Ivan e dando um tempo enquanto o Jones não chega na capital pra fazer o check in no hotel, vamos em direção à casa do Arthur, irmão da Lucy.
God saves the technology. O GPS do meu celular nos ajudou a achar a rua que chamávamos de Barão de Paraguaçú, mas na verdade era Marquês de Paranaguá.
Chego na casa do Arthur, uma cara que eu achava que não ia muito com a minha cara, mas que se apresenta uma pessoa muito simpática. Que bom!
Ele nos da carona pra Fnac, tentamos passar por uma Starbucks que estava lotada e nos despedimos dele.
Isso são 8h da manhã. Nesse momento já fazem 24 horas que eu não durmo de verdade. Desse momento até as 14:30, tudo se resume em voltar na starbucks e saber que não é a melhoooor coisa do mundo, window-shoppings, muitos passos, peso na costa, uma calça e uma camisa e um taxi pro Sujinho, restaurante que fica próximo do Formule 1
Preciso dormir!
Lá no Sujinho encontro com o Jones e com a Karina, que estão com o cu cheio de comida. Eu não tenho fome, da mesma forma que não tenho mais relógio biológico (deixei ele em Belém), só preciso dormir.
Pego o cartão do hotel e corro pro quarto 1151 debaixo de uma garoa esperta.
Duas horas de sono. Mais do que o suficiente quando o tempo é curto e tem que ser aproveitado. Tenho medo do clima de São Paulo e demoro mais do que a Verena escolhendo a roupa que vou sair. Saio.
Saio meio estranho, entre tantas poucas opções possíveis, saio do hotel me vestindo de uma maneira bizarra. heheh. Passo na Augusta e compro um casaco. O que ajudou a completar meu visual estranho.
Da Augusta pego um ônibus e vou pro shopping Iguatemi.
A partir desse momento, se eu não resumir bastante, só essa parte, seria maior que o texto inteiro.
Lá no Iguatemi, depois de ver um Audi R8 no saguão encontro a Luciana, o Leandro e a Kamila na Mc Donalds. Depois a Diva chega. Saudade dessas duas. Antes e agora.
Luciana compra maquiagem, Leandro a procura de roupas, Kamila a procura de milk shakes...
Saímos do shopping e vamos pra casa da Diva. O cansaço já é notável e minhas pernas já dão sinais de que precisarão de um anestésico.
Esse é o capítulo que marca a viagem! Poderia ser qualquer outro. Antes e depois daqui tem muitas coisas marcantes. Mas a música e a frase "All the single ladies" (e suas variações como oldesingolê, aimedesingolê ou ailovesingolê) marcaram como cicatriz. Daquelas na sobrancelha, que doem, mas deixam marcas bonitas.
Uns vídeos, umas maquiagens, uma cama muito confortável que me rende mais uma hora de sono e lá vamos nós pra BaLaDa em SP city.
O destino é o Exquisito. Um bar que se fosse meu, seria ironia do destino. Um bar que é tão meu, que se fosse meu não teria graça. E é meu daquele jeito que se escolhe a sua música. Sem pedir, por afinidade mesmo, que toca lá dentro. Não sei porque, mas o Exquisito é lindo. E não é por causa de duas horas e meia na fila que ele vai deixar de ser.
Lá encontro com a Luana, Nathália do Rio, o Rod e a Ale (que fazem parte das minhas lembranças do Exquisito) e a Aline.
Quatro Patrícias, um chopp black da Brahma - e se o Ze Netto tivesse atendido o celular eu teria tomado um cérebro de rato - e depois de mais ou menos uma hora saímos. Me despeço do Exquisito da mesma forma que me despedi do Heitor.
O destino agora é o Glória. Irônico sim é pedir que Deus me perdoe pelo que eu fiz naquela boate que um dia já foi uma igreja.
Antes de chegar lá passamos pela casa da Aline. Corto meu dedo, tomo uns copos de Original, danço, já meio bêbado e tiro fotos. Saímos de lá.
Chegamos no Glória! A partir daqui tudo são flashes. Não de fotos, mas de memória. Whisky com Red Bull são o anestésico e a droga que eu precisava. Não sei se nessa ordem.
A minha única obrigação era a de apresentar um cara que eu só conversava pela internet pro Rodrigo. Feito isso, fodeo!
Encontro o Gil com o Daniel na portaria, subi na caixa de som, caí da caixa de som, puxei a Alessandra, gritei "BELÉM MEACHUTA CARALH", bebi muito, dancei me esfregando com uma mulher em cima da caixa de som, vi neguinho cheirando no banheiro, o segurança quase me bate, tirei a blusa, beijei uma moça que eu não lembro, não me droguei, subi, desci... Não parei.
De repente bate uma vontade de ir em bora, acho que a música ainda ta tocando, pago a conta de R$ 82,00 e pego um taxi pro hotel.
Pau no cu daquela lojinha no hall do formule 1! Que merda! Eu me sinto na obrigação de comer lá. Como e durmo. Tudo isso em 15 minutos, no máximo.
Dia 22 de Março de 2009.
Abro o olho com o Jones e a Karina se arrumando pra ir ao Playcenter. Acho que eles devem ter ficado muito putos com o cheiro de cigarro que eu trouxe comigo. Devem pensar também que eu usei alguma coisa pra conseguir ter aguentado tanto tempo lokonabalada.
Com razão, nem eu entendo da onde vem tanta força nessa hora.
Abro o olho com uma mensagem do Yuri. Ligo pra ele e ele já ta bêbado na fila do show. Tomo banho e vou pra Augusta. Sem querer encontro com o Ivan, Lucy, Arthur e Vecks. Depois encontro com a Diva, Kamila, Camila, Luciana, Luana e Leandro.
"Almoço" e vamos pra Paulista esperar o Arthur e pegar o ônibus pra ir pro show.
Com a demora do Arthur tiramos todas as fotos possíveis. Ele chega a tempo de ver uma cena bem típica de filme. Com a Luana vendo a Kamila e o Leando ficarem na calçada enquanto ela vai com as duas mãos encostadas no vidro e com cara de cachorro triste saindo no ônibus.
Essa parte eu queria resumir bastante. Chegamos as 17h na Chacará do Jóquei. O Show do Los Hermanos começou 18:30. Foi bem legal. Na hora que eles tocaram Sentimental começou a chover, tentamos ligar pra Lili, o Yuri surtou sozinho...
O show do kraftteverkk só foi legal no final.
O lugar era muito bonito, o palco era muito grande, o som tava muito bom, parecia um woodstock, pessoas sentadas no chão, o céu foi escurecendo, a cerveja tava cara e os banheiros sempre lotados.
A bateria do meu celular tinha acabado e a minha preocupação em manter todos juntos era igual a de um guia de excursão de adolescentes de 15 anos.
Show do Radiohead.
Nessa hora o meu pé já assumia um tamanho duas vezes maior do que ele é normalmente. Assisto umas 5 músicas em pé e vou sentar.
Acho um lugar lindo, uma árvore, num ponto mais alto, onde tinha uma brecha perfeita pra ver o show e o telão com umas câmera styles com closes legais.
Nem preciso dizer as músicas que eu mais gostei. Também tiveram músicas que eu não conhecia que eu gostei muito. Ninguém precisou me cutucar na hora que tocou Fake plastic tree pra eu lembrar da Verena. O Show foi lindo, as luzes foram lindas, tudo foi lindo.
Por mais genérico que seja esse adjetivo, é só assim que eu consigo descrever.
A quantidade pessoas que passaram na minha cabeça durante, foi maior do que esse começo de ano inteiro.
Os abraços, as bocas abertas, o silencio, os sorrisos, as palmas... são tags que devem ser lembradas.
Os comentários depois do show, as companhias, o rosto de besta de todo mundo.
Depois do show só restou nostalgia. Uma tristeza feliz de que aquele fim de semanazinho tava acabando. Que tudo valeu a pena e que deveria ter tido mais tempo de aproveitar.
O aperto no coração bateu as 2 e meia da manhã na galeria dos pães quando eu tive que me despedir da Diva e da Kamila. Que não são nenhum Exquisito ou um Heitor na minha vida. Que ao contrario de todos os outros que são tão importantes quanto, não vão voltar na segunda-feira e vamos continuar as piadas que nasceram nesse fim-de-semana.
E agora, meia-noite, do dia 23 pra 24 de março de 2009, onde se resume aproximadamente 14 horas e 40 minutos de sono desde as 8 horas da manhã de Sexta-Feira, depois de um voo estressante, uma mistura de vai-não-vai na companhia da Alessandra, um dia cheio de trabalho, a Diva e a Kamila me ligam dizendo que estavam escutando All the single ladies na Jovem Pan.
Valeu, 2009.
Eu sabia que você tem tudo pra ser foda, mas não sabia que ia estar assim tão legal!
Mas tudo começou antes de escrever naquele papelzinho. Naquele mesmo papelzinho - que eu acho que joguei fora - eu comentava que era engraçado parar, pensar e me ver naquela situação. Desde a insignificância que aquele show tinha pra mim logo quando foi anunciado, a cogitação de viajar no meio do semestre, passando por uma "solterisse" que me possibilitou tal liberdade, confirmação dos amigos, um bom histórico sendo construído em casa... Enfim, foram vários fatores que me levaram a estar onde eu estava e me preparar para o que eu imaginava o que me esperava.
A sexta-feira começou tensa e cheia de expectativas. Um dia longo de trabalho assim como qualquer sexta exige. Depois uma prova de matemática 02, algo que eu estava preparado mesmo não tendo estudado. Perdia a noite de sexta em São Paulo devido aquela prova. Mas o fato de saber que depois dela eu realmente viajaria me deixou mais calmo pra faze-la com tranquilidade.
Antes da prova, esperando a mesma começar, ao invés de estudar, resolvi ler a Piauí do Adriano. Lá tinha o diário de uma moça que viajara pra Rússia. Ela era bem sucinta. E os parágrafos dela (que não passavam de 7 linhas) me empolgaram. E de lá veio a idéia não concretizada de escrever um diário no meu papel de embarque.
A prova foi boa. Não deu tempo de fazer tudo, era uma prova grande e por não ter estudado, não tinha tudo fresquinho na cabeça.
Deixo o dricow na casa de um amigo, termino de arrumar a mala, tomo banho, fico na dúvida de levar o computador ou economizar no peso da mochila, já que essa era a minha única bagagem.
Optei por deixar a tecnologia que sabia que seria inutil e fútil e resolvi levar o livro, que a Lili me emprestou há muito tempo, pra ver se me distraia mais. Por isso escrevi no papel de embarque, não num documento do word.
Chego no aeroporto, compro desodorante, o chek-in é bem rápido, não tem despacho de bagagem. Tomo uma Devassa Ruiva e vou pra sala de embarque. Já tem bastante gente lá. Sem querer, sento ao lado da Luiza, que está dormindo no colo de quem eu presumo que seja seu namorado. É a primeira pessoa de Belém que eu encontro. Enfim, mesmo sendo ainda em Belém, já dava pra ter aquela noção da invasão paraense.
Compro um chiclete e volto pras proximidades do meu gate. Vejo a Mirian correndo pro outro lado da sala de embarque. Vejo o Ivan, ele vem falar comigo.
É bem engraçado, dois anos depois, ir de novo pra São Paulo no mesmo voo que o Ivan.
Pena que dessa vez não foi combinado.
Entro no avião, que já vem um tanto cheio de Macapá. Sento na ultima fileira. Meu maior erro! Lá tem uma moça que eu creio que vinha de Macapá. Parecia que viajava de avião pela primeira vez, mas não queria que ninguém notasse.
Ela dormiu. Eu não. Tentei ler O Limite do Branco, mas a impaciência era enorme. Durmo, acordo, fecho os olhos, abro, mexo, mudo de posição, vem a comida, como, me mexo, cochilo, chegamos em Brasília.
Sai gente, entra gente, eu na esperança de que sobre um lugar legal na janela que possa reclinar a poltrona.
Nada.
Volto pra minha tortura.
Chegando em São Paulo encontro com o Brunno, virado de uma noite no Vegas, que parecia ter sido muito boa e que eu tinha perdido. Ele esperava a Mirian.
Espero o Heitor me buscar. Isso não soa engraçado no meio de tantas coisas engraçadas nessa viagem. Heitor é certeza. É o fato que onde ele puder me pegar no aeroporto em qualquer lugar do mundo, ele vai pegar. E a recíproca é totalmente verdadeira.
Depois do Heitor se perder um pouco, ele chega, vamos tocar café lá pelas redondezas da Paulista. Conversamos, falamos do passado, presente e futuro. Bem rápido, não precisamos de muitas palavras. É aniversário da Carol e ele tem que busca-la pra ir pra São José dos Campos. Foi uma despedida igual as outras, como se nós fossemos nos ver hoje, ou sair pra beber na próxima sexta.
Acompanhando o Ivan e dando um tempo enquanto o Jones não chega na capital pra fazer o check in no hotel, vamos em direção à casa do Arthur, irmão da Lucy.
God saves the technology. O GPS do meu celular nos ajudou a achar a rua que chamávamos de Barão de Paraguaçú, mas na verdade era Marquês de Paranaguá.
Chego na casa do Arthur, uma cara que eu achava que não ia muito com a minha cara, mas que se apresenta uma pessoa muito simpática. Que bom!
Ele nos da carona pra Fnac, tentamos passar por uma Starbucks que estava lotada e nos despedimos dele.
Isso são 8h da manhã. Nesse momento já fazem 24 horas que eu não durmo de verdade. Desse momento até as 14:30, tudo se resume em voltar na starbucks e saber que não é a melhoooor coisa do mundo, window-shoppings, muitos passos, peso na costa, uma calça e uma camisa e um taxi pro Sujinho, restaurante que fica próximo do Formule 1
Preciso dormir!
Lá no Sujinho encontro com o Jones e com a Karina, que estão com o cu cheio de comida. Eu não tenho fome, da mesma forma que não tenho mais relógio biológico (deixei ele em Belém), só preciso dormir.
Pego o cartão do hotel e corro pro quarto 1151 debaixo de uma garoa esperta.
Duas horas de sono. Mais do que o suficiente quando o tempo é curto e tem que ser aproveitado. Tenho medo do clima de São Paulo e demoro mais do que a Verena escolhendo a roupa que vou sair. Saio.
Saio meio estranho, entre tantas poucas opções possíveis, saio do hotel me vestindo de uma maneira bizarra. heheh. Passo na Augusta e compro um casaco. O que ajudou a completar meu visual estranho.
Da Augusta pego um ônibus e vou pro shopping Iguatemi.
A partir desse momento, se eu não resumir bastante, só essa parte, seria maior que o texto inteiro.
Lá no Iguatemi, depois de ver um Audi R8 no saguão encontro a Luciana, o Leandro e a Kamila na Mc Donalds. Depois a Diva chega. Saudade dessas duas. Antes e agora.
Luciana compra maquiagem, Leandro a procura de roupas, Kamila a procura de milk shakes...
Saímos do shopping e vamos pra casa da Diva. O cansaço já é notável e minhas pernas já dão sinais de que precisarão de um anestésico.
Esse é o capítulo que marca a viagem! Poderia ser qualquer outro. Antes e depois daqui tem muitas coisas marcantes. Mas a música e a frase "All the single ladies" (e suas variações como oldesingolê, aimedesingolê ou ailovesingolê) marcaram como cicatriz. Daquelas na sobrancelha, que doem, mas deixam marcas bonitas.
Uns vídeos, umas maquiagens, uma cama muito confortável que me rende mais uma hora de sono e lá vamos nós pra BaLaDa em SP city.
O destino é o Exquisito. Um bar que se fosse meu, seria ironia do destino. Um bar que é tão meu, que se fosse meu não teria graça. E é meu daquele jeito que se escolhe a sua música. Sem pedir, por afinidade mesmo, que toca lá dentro. Não sei porque, mas o Exquisito é lindo. E não é por causa de duas horas e meia na fila que ele vai deixar de ser.
Lá encontro com a Luana, Nathália do Rio, o Rod e a Ale (que fazem parte das minhas lembranças do Exquisito) e a Aline.
Quatro Patrícias, um chopp black da Brahma - e se o Ze Netto tivesse atendido o celular eu teria tomado um cérebro de rato - e depois de mais ou menos uma hora saímos. Me despeço do Exquisito da mesma forma que me despedi do Heitor.
O destino agora é o Glória. Irônico sim é pedir que Deus me perdoe pelo que eu fiz naquela boate que um dia já foi uma igreja.
Antes de chegar lá passamos pela casa da Aline. Corto meu dedo, tomo uns copos de Original, danço, já meio bêbado e tiro fotos. Saímos de lá.
Chegamos no Glória! A partir daqui tudo são flashes. Não de fotos, mas de memória. Whisky com Red Bull são o anestésico e a droga que eu precisava. Não sei se nessa ordem.
A minha única obrigação era a de apresentar um cara que eu só conversava pela internet pro Rodrigo. Feito isso, fodeo!
Encontro o Gil com o Daniel na portaria, subi na caixa de som, caí da caixa de som, puxei a Alessandra, gritei "BELÉM MEACHUTA CARALH", bebi muito, dancei me esfregando com uma mulher em cima da caixa de som, vi neguinho cheirando no banheiro, o segurança quase me bate, tirei a blusa, beijei uma moça que eu não lembro, não me droguei, subi, desci... Não parei.
De repente bate uma vontade de ir em bora, acho que a música ainda ta tocando, pago a conta de R$ 82,00 e pego um taxi pro hotel.
Pau no cu daquela lojinha no hall do formule 1! Que merda! Eu me sinto na obrigação de comer lá. Como e durmo. Tudo isso em 15 minutos, no máximo.
Dia 22 de Março de 2009.
Abro o olho com o Jones e a Karina se arrumando pra ir ao Playcenter. Acho que eles devem ter ficado muito putos com o cheiro de cigarro que eu trouxe comigo. Devem pensar também que eu usei alguma coisa pra conseguir ter aguentado tanto tempo lokonabalada.
Com razão, nem eu entendo da onde vem tanta força nessa hora.
Abro o olho com uma mensagem do Yuri. Ligo pra ele e ele já ta bêbado na fila do show. Tomo banho e vou pra Augusta. Sem querer encontro com o Ivan, Lucy, Arthur e Vecks. Depois encontro com a Diva, Kamila, Camila, Luciana, Luana e Leandro.
"Almoço" e vamos pra Paulista esperar o Arthur e pegar o ônibus pra ir pro show.
Com a demora do Arthur tiramos todas as fotos possíveis. Ele chega a tempo de ver uma cena bem típica de filme. Com a Luana vendo a Kamila e o Leando ficarem na calçada enquanto ela vai com as duas mãos encostadas no vidro e com cara de cachorro triste saindo no ônibus.
Essa parte eu queria resumir bastante. Chegamos as 17h na Chacará do Jóquei. O Show do Los Hermanos começou 18:30. Foi bem legal. Na hora que eles tocaram Sentimental começou a chover, tentamos ligar pra Lili, o Yuri surtou sozinho...
O show do kraftteverkk só foi legal no final.
O lugar era muito bonito, o palco era muito grande, o som tava muito bom, parecia um woodstock, pessoas sentadas no chão, o céu foi escurecendo, a cerveja tava cara e os banheiros sempre lotados.
A bateria do meu celular tinha acabado e a minha preocupação em manter todos juntos era igual a de um guia de excursão de adolescentes de 15 anos.
Show do Radiohead.
Nessa hora o meu pé já assumia um tamanho duas vezes maior do que ele é normalmente. Assisto umas 5 músicas em pé e vou sentar.
Acho um lugar lindo, uma árvore, num ponto mais alto, onde tinha uma brecha perfeita pra ver o show e o telão com umas câmera styles com closes legais.
Nem preciso dizer as músicas que eu mais gostei. Também tiveram músicas que eu não conhecia que eu gostei muito. Ninguém precisou me cutucar na hora que tocou Fake plastic tree pra eu lembrar da Verena. O Show foi lindo, as luzes foram lindas, tudo foi lindo.
Por mais genérico que seja esse adjetivo, é só assim que eu consigo descrever.
A quantidade pessoas que passaram na minha cabeça durante, foi maior do que esse começo de ano inteiro.
Os abraços, as bocas abertas, o silencio, os sorrisos, as palmas... são tags que devem ser lembradas.
Os comentários depois do show, as companhias, o rosto de besta de todo mundo.
Depois do show só restou nostalgia. Uma tristeza feliz de que aquele fim de semanazinho tava acabando. Que tudo valeu a pena e que deveria ter tido mais tempo de aproveitar.
O aperto no coração bateu as 2 e meia da manhã na galeria dos pães quando eu tive que me despedir da Diva e da Kamila. Que não são nenhum Exquisito ou um Heitor na minha vida. Que ao contrario de todos os outros que são tão importantes quanto, não vão voltar na segunda-feira e vamos continuar as piadas que nasceram nesse fim-de-semana.
E agora, meia-noite, do dia 23 pra 24 de março de 2009, onde se resume aproximadamente 14 horas e 40 minutos de sono desde as 8 horas da manhã de Sexta-Feira, depois de um voo estressante, uma mistura de vai-não-vai na companhia da Alessandra, um dia cheio de trabalho, a Diva e a Kamila me ligam dizendo que estavam escutando All the single ladies na Jovem Pan.
Valeu, 2009.
Eu sabia que você tem tudo pra ser foda, mas não sabia que ia estar assim tão legal!
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Listão do vestibular, listinha do coração
Não escrevo sobre mim por dois motivos. Um é a falta de vontade de ser destrinchado pelo que eu escrevo, ser descoberto, receio de acabar sendo fácil demais de entender. Outro é um medo estranho, daqueles que nunca tive por ser tão auto-confiante, medo de falar pra uma geração que não é a minha.
Com o passar dos anos, ganhando experiencia, só aprendo que a única coisa que eu aprendi foi a me adequar ao mundo, não o contrário. E não adianta fugir, não adianta romper às regras, elas estão lá para serem seguidas. E eu aprendendo a segui-las.
Vejo o mundo falando de um jeito diferente, atuando de um jeito diferente, fingindo sentir coisas que eu até sinto, mas não finjo nem grito ao mundo inteiro. Isso deve ser até um resquício do primeiro motivo de não escrever muito sobre mim aqui, sei que não sou bom de mostrar sentimentos, que prefiro entender uma pessoa a ajuda-la a me entender. Mas sinto que os sentimentos estão fracos demais, voláteis, frágeis. Já falei fracos, né?
Deve ser por isso que guardo eles pra mim, com medo de que eles fujam em palavras, em gritos ou em conversas fiadas em mesas de bar.
Os meus sentimentos eu escolho, não sinto. Não, sinto, mas porque os escolhi.
Como se fossem adotados, onde num grande orfanato de pessoas, preferencias e atitudes, escolhi uma família pequena.
Também não falo dos meus sentimentos por achar que todo filho sabe que os pai o ama. É bem simples: eu o adoto, porque gosto, se gosto, é certo, porque o escolhi, se o escolhi, fica comigo, se fica comigo, eu gosto, se gosto, não preciso ficar gritando para o mundo ouvir. O mundo já está farto de gritos.
Mas está farto de gritos ao léu. Desses de conversas fiadas que as pessoas elegem o sentimento da noite. O mundo está farto de gritos de sentimentos insensíveis. Precisando de gritos assim, fortes, iguais aqueles que eu sinto.
Mas não dá. Como disse, às vezes sinto como se não estivesse falando para minha geração. Vou vivendo assim, obedecendo as regras, aprendendo a me adequar e de vez em quando dando espasmos de sentimentos.
A única coisa que eu quero, é ensinar as pessoas de que quando as escolhi, não precise ficar fazendo chamada todos os dias pra saber se elas ainda encontram-se presentes, que não fugiram do coração.
Com o passar dos anos, ganhando experiencia, só aprendo que a única coisa que eu aprendi foi a me adequar ao mundo, não o contrário. E não adianta fugir, não adianta romper às regras, elas estão lá para serem seguidas. E eu aprendendo a segui-las.
Vejo o mundo falando de um jeito diferente, atuando de um jeito diferente, fingindo sentir coisas que eu até sinto, mas não finjo nem grito ao mundo inteiro. Isso deve ser até um resquício do primeiro motivo de não escrever muito sobre mim aqui, sei que não sou bom de mostrar sentimentos, que prefiro entender uma pessoa a ajuda-la a me entender. Mas sinto que os sentimentos estão fracos demais, voláteis, frágeis. Já falei fracos, né?
Deve ser por isso que guardo eles pra mim, com medo de que eles fujam em palavras, em gritos ou em conversas fiadas em mesas de bar.
Os meus sentimentos eu escolho, não sinto. Não, sinto, mas porque os escolhi.
Como se fossem adotados, onde num grande orfanato de pessoas, preferencias e atitudes, escolhi uma família pequena.
Também não falo dos meus sentimentos por achar que todo filho sabe que os pai o ama. É bem simples: eu o adoto, porque gosto, se gosto, é certo, porque o escolhi, se o escolhi, fica comigo, se fica comigo, eu gosto, se gosto, não preciso ficar gritando para o mundo ouvir. O mundo já está farto de gritos.
Mas está farto de gritos ao léu. Desses de conversas fiadas que as pessoas elegem o sentimento da noite. O mundo está farto de gritos de sentimentos insensíveis. Precisando de gritos assim, fortes, iguais aqueles que eu sinto.
Mas não dá. Como disse, às vezes sinto como se não estivesse falando para minha geração. Vou vivendo assim, obedecendo as regras, aprendendo a me adequar e de vez em quando dando espasmos de sentimentos.
A única coisa que eu quero, é ensinar as pessoas de que quando as escolhi, não precise ficar fazendo chamada todos os dias pra saber se elas ainda encontram-se presentes, que não fugiram do coração.
quarta-feira, fevereiro 11, 2009
Foi e Volta
Foi. Ficou num broche, numa caixa, numa fronha, numa blusa, num cheiro. Deixou vestígios na internet, no pensamento, na rotina, no sentimento. Abriu um espaço, de um tamanho que não passa o seu espaçosismo. Ficou apertado, mesmo com o espaço.
Apertou o coração.
Apertou o coração.
quinta-feira, novembro 27, 2008
O peso de uma nada invisível
Seqüelas de um ferimento causado há gerações atras, um medo que foi passado de dna por dna, preferindo o refúgio egoísta ao compartilhamento de uma dor fria e calada.
Aquilo tinha sido o que restara daquela guerra que todos já diziam que tinha terminado. Mas cálculos e pesquisas não bastavam pra analisar as conseqüências que restaram durante todos esses tempo que viveram e que viveriam.
Um mal que, felizmente, devido à própria guerra, não crescia em progressão geométrica. Pois a mesma era um dos efeitos colaterais inexistentes. O mal necessário que o mal não necessário tinha evitado.
O efeito de uma borboleta armada de granadas e fuzis que bate suas asas de fuga num canto ecoa durante infinitos espaços até causar cada vez mais desgosto.
A solução: Destruir, com outra guerra, tudo que sobrou daquela. A guerra de si contra si mesmo. Uma guerra que tem um resultado totalmente parcial e concreto. A morte.
Aquilo tinha sido o que restara daquela guerra que todos já diziam que tinha terminado. Mas cálculos e pesquisas não bastavam pra analisar as conseqüências que restaram durante todos esses tempo que viveram e que viveriam.
Um mal que, felizmente, devido à própria guerra, não crescia em progressão geométrica. Pois a mesma era um dos efeitos colaterais inexistentes. O mal necessário que o mal não necessário tinha evitado.
O efeito de uma borboleta armada de granadas e fuzis que bate suas asas de fuga num canto ecoa durante infinitos espaços até causar cada vez mais desgosto.
A solução: Destruir, com outra guerra, tudo que sobrou daquela. A guerra de si contra si mesmo. Uma guerra que tem um resultado totalmente parcial e concreto. A morte.
quinta-feira, novembro 13, 2008
Parto
Ele já está sem com preguiça de mergulhar em personagens, pensar como os outros e com vontade de falar de si. O medo do refúgio é o que ele teme. Teme o medo, sente medo de ter medo de algo que não o faria sentir medo. Mas ele não tem medo de nada, teme o fato de não ter medo por saber que não tem medo disso. Teme o temor que as pessoas temem que terão. Teme a coragem que o invade quando já não sente mais medo. Pronto, assumiu um papel que é dele, que sente e não teme. Eis que o papel que ele assumiu é o mais medroso de todas as suas histórias medrosas de pessoas corajosas que temem os medos dos outros. Sabe que temer é a parte mais difícil do medo, que o resto é só capricho de perfeccionistas que sabem que são corajosos. Sabe que o medo está em todo o lugar, que seu personagem é tão medroso quanto todos aqueles corajosos que criou em sua cabeça, sabe que o medroso de hoje é o corajoso covarde de amanhã, sabe que o corajoso de hoje, é o desconhecido de amanhã. Sabe que quem desconhece o medo é porque não vive uma vida corajosa. Eis que chega o momento de mergulhar em um abismo de novas sensações suicidas, de medos e coragens, de atitudes e omissões. Corre para o mundo que sempre se escondeu e que sempre foi camuflado de mundo real. Tirou a fantasia, ficou a mesma coisa, correu, correu mais, a vontade foi aumentando e a visão clareando, era sua vida bem na sua frente da maneira como ele mesmo sonhou, que venham os medos, já era corajoso o suficiente para enfrenta-los. Correu agora com toda força e pulou. Caiu, caiu e caiu numa gravidade que desconhecia e sabia muito bem pra qual chão iria lhe levar. Fora a melhor história que ele viveria.
foi.
Acordou, atendeu, desligou, levantou, banhou, vestiu, falou, desceu, tomou, comeu, tomou, subiu, escovou, vestiu, desceu, saiu, entrou, sentou, ouviu, viu, sentiu, telefonou, sorriu, pensou, pensou, pensou, falou, chegou, parou, desceu, fechou, subiu, apertou, entrou, apertou, esperou, saiu, pegou, colocou, girou, abriu, ligou, fechou, colocou, girou, andou, colocou, ligou, pensou, reclamou, sentou, pensou, viu, pensou, pensou, parou e escreveu.
sábado, agosto 30, 2008
E a viagem continua
A vida é cheia de caminhos, estradas, vilas, curvas, retas, viadutos, pontes... Como se na hora em que nascemos entramos no carro do papai e da mamãe e vamos seguindo viagem com eles. Aprendemos a ver o mundo da janela daquele carro, ouvindo o que eles dizem sobre as cidades, as ruas, os amigos que eles encontram a cada parada. Depois vamos crescendo e aprendendo alguns caminhos, vendo que se eu dobrar pra esquerda naquele cruzamento vai ser melhor do que eu dobrar pra direita. Mas ainda somos novos, a estrada é longa e nem sempre sabemos ao certo onde dobrar, ou nem mesmo se devemos ir em frente. O tempo passa e acabamos não ficando preso àquele carro, pegamos ônibus, carona, andamos de bicicleta. A viagem agora parece ser muito mais divertida, descobrimos muitos outros caminhos pra chegar no mesmo lugar. Ou não.
Depois que começamos a dirigir nosso próprio carro tudo fica mais difícil. Aqueles que nos guiaram por muito tempo temem essa estrada, nela existem muitos buracos, bêbados, blitzes, mendigos, pedestres e postes. Algumas vezes temos que dar com a cara no poste pra aprender a não correr tanto, se o caminho é longo, nos exige pressa, mas precisamos de radares. Os carros mudam, uns mais rápidos e outros mais lentos. Por muitas vezes damos carona, pegamos carona. Subimos em ônibus cheios de pessoas diferentes, descemos, subimos...
A viagem nunca é constante.
A idade vai passando e o vento não balança mais tantos cabelos, o óculos não faz mais os olhos arderem, o ar-condicionado já dói nos ossos e a velocidade é cada vez menor. O carro quebra, trocam-se as peças, algumas já não vendem mais. Nunca venderam, são únicas.
Vamos vendo cada vez mais acidentes, nossos motoristas do início da viagem já pararam. Já começamos a guiar outros pequenos passageiros, começamos a ensinar o mundo para que, quando eles tenham seus próprios carros, errem do mesmo jeito que erramos. Porque viagem boa, é aquela que dá saudade.
Depois que começamos a dirigir nosso próprio carro tudo fica mais difícil. Aqueles que nos guiaram por muito tempo temem essa estrada, nela existem muitos buracos, bêbados, blitzes, mendigos, pedestres e postes. Algumas vezes temos que dar com a cara no poste pra aprender a não correr tanto, se o caminho é longo, nos exige pressa, mas precisamos de radares. Os carros mudam, uns mais rápidos e outros mais lentos. Por muitas vezes damos carona, pegamos carona. Subimos em ônibus cheios de pessoas diferentes, descemos, subimos...
A viagem nunca é constante.
A idade vai passando e o vento não balança mais tantos cabelos, o óculos não faz mais os olhos arderem, o ar-condicionado já dói nos ossos e a velocidade é cada vez menor. O carro quebra, trocam-se as peças, algumas já não vendem mais. Nunca venderam, são únicas.
Vamos vendo cada vez mais acidentes, nossos motoristas do início da viagem já pararam. Já começamos a guiar outros pequenos passageiros, começamos a ensinar o mundo para que, quando eles tenham seus próprios carros, errem do mesmo jeito que erramos. Porque viagem boa, é aquela que dá saudade.
quarta-feira, agosto 27, 2008
É hora de partir
Estou pronto, foi árduo o trabalho de organizar tudo, nada mais pode me prender. A viagem vai ser difícil, o caminho não é tão longo, mas parece demorar séculos. Justo na hora que o que eu mais preciso é ser rápido tudo parece ser tão devagar. Ando o mais rápido que posso.
Corro.
Pessoas se metem na minha frente, o celular toca, o chefe pede para que eu não vá, que aguarde algum tempo, pode ser uma decisão precipitada, pode ser que não seja de verdade, mas não dá mais pra aguentar, eu clamo por isso, meu corpo necessita disso, minha mente me manda fazer isso. Se parar no meio do caminho está tudo perdido.
Acelero o que posso, tiro fino de tudo que está próximo ao meu trajeto, dobro no corredor e lá está a porta que sonho que aliviará todas as minhas angústias e sofrimentos. Só me resta alguns passos, parece que vou conseguir sem me ferir. Prefiro não falar com ninguém, vou de uma vez só, sem paradas, sem acenos ou conversas. Eu sei que quando chegar lá as coisas não serão tão fáceis como aqui, vou suar, vou pensar, poderei analisar tudo o que anda acontecendo comigo, em suma, vai ser bom. No final vai acabar bem, sei que vou ficar mais aliviado, conseguirei sair limpo de lá. Eu sei que sim!
Está trancada! Não posso fazer escândalo. Penso, ando, espero que tenha alguma resposta para aquele incidente. Como assim, justo naquela hora? Surge uma voz lá de dentro, barulhos familiares. Já não aguento mais tanta espera, vou acabar fazendo uma besteira.
Eis que a porta se abre. Finalmente. Lá vou eu em minha viagem...
Tapem seus narizes e me esqueçam, o ato de cagar, pra mim, é sagrado.
Corro.
Pessoas se metem na minha frente, o celular toca, o chefe pede para que eu não vá, que aguarde algum tempo, pode ser uma decisão precipitada, pode ser que não seja de verdade, mas não dá mais pra aguentar, eu clamo por isso, meu corpo necessita disso, minha mente me manda fazer isso. Se parar no meio do caminho está tudo perdido.
Acelero o que posso, tiro fino de tudo que está próximo ao meu trajeto, dobro no corredor e lá está a porta que sonho que aliviará todas as minhas angústias e sofrimentos. Só me resta alguns passos, parece que vou conseguir sem me ferir. Prefiro não falar com ninguém, vou de uma vez só, sem paradas, sem acenos ou conversas. Eu sei que quando chegar lá as coisas não serão tão fáceis como aqui, vou suar, vou pensar, poderei analisar tudo o que anda acontecendo comigo, em suma, vai ser bom. No final vai acabar bem, sei que vou ficar mais aliviado, conseguirei sair limpo de lá. Eu sei que sim!
Está trancada! Não posso fazer escândalo. Penso, ando, espero que tenha alguma resposta para aquele incidente. Como assim, justo naquela hora? Surge uma voz lá de dentro, barulhos familiares. Já não aguento mais tanta espera, vou acabar fazendo uma besteira.
Eis que a porta se abre. Finalmente. Lá vou eu em minha viagem...
Tapem seus narizes e me esqueçam, o ato de cagar, pra mim, é sagrado.
segunda-feira, agosto 25, 2008
A Salvação
Quando foi anunciada a invenção da máquina do tempo, todos ficaram loucos para conhece-la, pessoas do mundo todo queriam saber onde estava, quem tinha inventado, qual era o tamanho, quanto de energia ela gastava, quanto custaria uma passagem, o que aconteceria se aquilo se tornasse normal, quanto universos existiriam se um milhão de pessoas viajassem no tempo? Essas eram umas das várias perguntas que o mundo se fazia.
Na escola, começaram a surgir matérias falando só sobre a máquina do tempo em sua teoria, faculdades de física explodiram pelo mundo numa intensidade muito maior que as de direito no Brasil, contadores, médicos, farmacêuticos, motoristas e policiais estavam se suicidando.
De repente, o mundo dividiu-se em pró e contra à máquina do tempo. ONG's e governos se mobilizaram a assumir um lado. Religiosos faziam ataques terroristas aos supostos países que poderiam obter a tecnologia para funciona-la. O caos tomou proporções de vilas até continentes inteiros divididos. Limites territoriais já não existiam mais, a opinião fez surgir países menores que uma piscina olímpica.
Novamente o mundo tinha virado bipolar. A população passou de 12 bilhões para 3 bilhões devido às guerras. E a máquina ainda não tinha nem começado à funcionar.
Testes e mais testes, guerras e mais guerras fizeram o lançamento ser adiado por décadas.
Então, quando chegara a hora marcada, quando finalmente a máquina seria lançada, quando aquele projeto ultra-secreto seria revelado...
Descobrira-se que era uma bomba nuclear devastadora, que destruiria o mundo inteiro e levava uma única pessoa à exatamente um dia antes da invenção ser anunciada para destruí-la.
Na escola, começaram a surgir matérias falando só sobre a máquina do tempo em sua teoria, faculdades de física explodiram pelo mundo numa intensidade muito maior que as de direito no Brasil, contadores, médicos, farmacêuticos, motoristas e policiais estavam se suicidando.
De repente, o mundo dividiu-se em pró e contra à máquina do tempo. ONG's e governos se mobilizaram a assumir um lado. Religiosos faziam ataques terroristas aos supostos países que poderiam obter a tecnologia para funciona-la. O caos tomou proporções de vilas até continentes inteiros divididos. Limites territoriais já não existiam mais, a opinião fez surgir países menores que uma piscina olímpica.
Novamente o mundo tinha virado bipolar. A população passou de 12 bilhões para 3 bilhões devido às guerras. E a máquina ainda não tinha nem começado à funcionar.
Testes e mais testes, guerras e mais guerras fizeram o lançamento ser adiado por décadas.
Então, quando chegara a hora marcada, quando finalmente a máquina seria lançada, quando aquele projeto ultra-secreto seria revelado...
Descobrira-se que era uma bomba nuclear devastadora, que destruiria o mundo inteiro e levava uma única pessoa à exatamente um dia antes da invenção ser anunciada para destruí-la.
sábado, agosto 23, 2008
Uma música feita para uma caneta marca texto
Uma vez o peta disse que não disse nada, que tudo que tinham falado era invenção da mídia e que ele tinha sido escolhido para ser o laranja do ibope.
Atrevida passou a ter vida
Olhando pra mim.
Assistindo a todos os meus segredos,
minhas parcerias, dúvidas, medos,
Minha tv não obedece.
Não quer mais passar novela, sonha um dia em ser janela e não quer mais ficar no ar. Não quer papo com a antena nem saber se vale a pena ver de novo tudo que já vi.
Vi.
A minha TV não se esquece nem do preço nem da prece que faço pra mesma funcionar. Me disse que se rende à internet em suma não se submete a nada pra me informar.
Não quis mais saber de festa não pensou em ser honesta funcionando quando precisei. A notícia que esperava consegui na madrugada num site, flickr, blog, fotolog que acessei.
A minha tv tá louca, me mandou calar a boca e não tirar a bunda do sofá. Mas eu sou facinho de marré-de-sí, se a maré subir eu vou me levantar. Não quero saber se é a cabo nem se minha assinatura vai mudar tudo que aprendi,
triste o fim do seriado, um bocado magoado sem saber o que será de mim.
Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha lingua.
(x4) (She don't speak my tongue)
Não.
"Pô tô cansado de toda essa merda que eles mostram na televisão todo dia mano, não aguento mais, é foda!"
Manda bala Fernando...
Enquanto pessoas perguntam por que, outras pessoas perguntam por que não?
Até porque não acredito no que é dito, no que é visto.
Acesso é poder e o poder é a informação. Qualquer palavra satisfaz. A garota, o rapaz e a paz quem traz, tanto faz. O valor é temporário, o amor imaginário e a festa é um perjúrio. Um minuto de silêncio é um minuto reservado de murmúrio, de anestesia. O sistema é nervoso e te acalma com a programação do dia, com a narrativa. A vida ingrata de quem acha que é notícia, de quem acha que é momento, na tua tela querem ensinar a fazer comida uma nação que não tem ovo na panela, que não tem gesto, quem tem medo assimila toda forma de expressão como protesto.
Falou e disse...
Num passado remoto perdi meu controle...
Num passado remoto perdi meu controle...
Num passado remoto...
Era vida em preto e branco, quase nunca colorida reprisando coisas que não fiz, finalmente se acabando feito longa, feito curta que termina com final feliz..
Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha língua.
Ela não SAP quem eu sou,
(Sabe nada...)
Ela não fala a minha língua.
Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha língua.
(Quem te viu, pay-per-view.)
Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha língua.
Eu não sei se pay-per-view ou se quem viu tudo fui eu.
(x2)
A minha tv tá louca.
Xanéu nº 5
A minha tv não se conteveAtrevida passou a ter vida
Olhando pra mim.
Assistindo a todos os meus segredos,
minhas parcerias, dúvidas, medos,
Minha tv não obedece.
Não quer mais passar novela, sonha um dia em ser janela e não quer mais ficar no ar. Não quer papo com a antena nem saber se vale a pena ver de novo tudo que já vi.
Vi.
A minha TV não se esquece nem do preço nem da prece que faço pra mesma funcionar. Me disse que se rende à internet em suma não se submete a nada pra me informar.
Não quis mais saber de festa não pensou em ser honesta funcionando quando precisei. A notícia que esperava consegui na madrugada num site, flickr, blog, fotolog que acessei.
A minha tv tá louca, me mandou calar a boca e não tirar a bunda do sofá. Mas eu sou facinho de marré-de-sí, se a maré subir eu vou me levantar. Não quero saber se é a cabo nem se minha assinatura vai mudar tudo que aprendi,
triste o fim do seriado, um bocado magoado sem saber o que será de mim.
Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha lingua.
(x4) (She don't speak my tongue)
Não.
"Pô tô cansado de toda essa merda que eles mostram na televisão todo dia mano, não aguento mais, é foda!"
Manda bala Fernando...
Enquanto pessoas perguntam por que, outras pessoas perguntam por que não?
Até porque não acredito no que é dito, no que é visto.
Acesso é poder e o poder é a informação. Qualquer palavra satisfaz. A garota, o rapaz e a paz quem traz, tanto faz. O valor é temporário, o amor imaginário e a festa é um perjúrio. Um minuto de silêncio é um minuto reservado de murmúrio, de anestesia. O sistema é nervoso e te acalma com a programação do dia, com a narrativa. A vida ingrata de quem acha que é notícia, de quem acha que é momento, na tua tela querem ensinar a fazer comida uma nação que não tem ovo na panela, que não tem gesto, quem tem medo assimila toda forma de expressão como protesto.
Falou e disse...
Num passado remoto perdi meu controle...
Num passado remoto perdi meu controle...
Num passado remoto...
Era vida em preto e branco, quase nunca colorida reprisando coisas que não fiz, finalmente se acabando feito longa, feito curta que termina com final feliz..
Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha língua.
Ela não SAP quem eu sou,
(Sabe nada...)
Ela não fala a minha língua.
Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha língua.
(Quem te viu, pay-per-view.)
Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha língua.
Eu não sei se pay-per-view ou se quem viu tudo fui eu.
(x2)
A minha tv tá louca.
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